Abel Ferreira garante permanência no Palmeiras e afirma ter “o plantel que sempre quis” às vésperas da final da Libertadores
Às vésperas da decisão da Conmebol Libertadores, Abel Ferreira acabou com qualquer especulação sobre seu futuro ao confirmar que seguirá no comando do Palmeiras. Em entrevista ao Ge, o treinador afirmou que sua permanência não depende da assinatura do novo contrato válido até o fim de 2027. Segundo ele, a relação construída com o clube nos últimos cinco anos fala mais alto que qualquer documento.
Decisão tomada sem depender do contrato
Abel deixou claro que sua escolha está firmada há meses. O técnico explicou que recebeu propostas milionárias de clubes europeus e do Oriente Médio, mas optou por permanecer no Verdão por alinhamento profissional e por sua vida familiar em São Paulo.
“Minha palavra vale mais que uma assinatura”, afirmou. “Se eu fosse diferente, teria saído há muito tempo. Decidi ficar pelo Palmeiras e pela minha família.”
Relação sólida com Leila Pereira
O treinador também destacou a sintonia com a presidente Leila Pereira. Segundo ele, a transparência construída ao longo dos anos dispensa formalidades burocráticas.
“A presidente queria que eu ficasse. Não preciso de papel assinado. Ela sabe quem eu sou e eu sei quem ela é”, afirmou Abel, reforçando a confiança mútua que sustenta o trabalho.
Família adaptada e ambiente ideal
Abel explicou que sua decisão também passa pelo aspecto pessoal. A família se adaptou ao Brasil, e o treinador afirmou que hoje vive um equilíbrio raro entre rotina profissional e vida familiar.
“Custou ver minha filha sair no começo, mas nos adaptamos. Gosto do Palmeiras, das pessoas e da equipe que construí”, disse.
Elenco com “DNA de Abel”
O técnico avaliou que o atual elenco reflete plenamente suas ideias. Após uma grande reformulação, o Palmeiras mudou quase metade do plantel, enfrentou lesões importantes e perdeu peças valiosas para o mercado europeu. Ainda assim, Abel considera que finalmente tem o grupo ideal para executar seu modelo de jogo.
“É o plantel que sempre quis ter. Tem meu DNA, minha marca. Vou querer continuar aqui, sim.”
Temporada de desafios e evolução
O treinador fez um balanço da campanha na Libertadores, destacando os 30 gols marcados, as 10 vitórias e a vitória dramática sobre a LDU, que classificou o Palmeiras para sua terceira final em cinco anos.
Abel também comentou a irregularidade no Brasileirão, explicando que o time precisou conviver com saídas, chegadas e problemas físicos. Ainda assim, afirmou que o grupo “soube buscar soluções” ao longo da temporada.
Gestão emocional antes da final
Às vésperas da decisão em Lima, o técnico revelou que trabalha para manter o ambiente leve e concentrado. Com mais de 70 jogos no ano, o português busca preservar o foco sem deixar que a pressão consuma o elenco.
“É a melhor pressão que existe: disputar títulos”, afirmou. “Na primeira final, não desfrutei nada. Agora quero viver o momento.”
A gratidão como combustível
Ao falar sobre motivação, Abel voltou a mencionar a importância da gratidão e de reconhecer a trajetória que o trouxe ao Palmeiras.
“Peço aos jogadores apenas que façam o que sempre fizeram. Chegamos até aqui com trabalho e dedicação.”
A inspiração em Ayrton Senna
Abel também citou Ayrton Senna, seu grande ídolo. Ele relembrou a dualidade entre a personalidade pública e o competidor implacável do tricampeão.
“Falam que não gosto de perder. O Senna não tinha isso? Ganho três títulos em doze competições e fico triste? É competição. Nunca desistam dos seus sonhos”, concluiu.
O Palmeiras enfrenta o Flamengo neste sábado, às 18h (de Brasília), em Lima, em busca do tetracampeonato da Libertadores.



